A união do feijão com farinha de mandioca e toucinho criou um dos pratos mais conhecidos da culinária brasileira. Feita com alimentos secos e duráveis, a receita vem do período colonial, quando os tropeiros viajavam longas distâncias pelo país transportando mercadorias no lombo de mulas.
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Você já deve ter ouvido que o Feijão tropeiro é uma especialidade tipicamente mineira, certo? Mas há quem diga que a receita, na verdade, surgiu em terras paulistas ou até mesmo goianas. O motivo desse desencontro de informações é que este é um prato que não tem origem em uma região específica do Brasil, mas sim, em um movimento econômico muito importante para o país na época do período colonial, o Tropeirismo.
Tropeiros foi como ficaram conhecidos os comerciantes que transportavam alimentos e diferentes tipos de mercadorias nacionais e importadoras entre os principais polos econômicos do Brasil. A partir do século XVII e até o início do XX, eles se deslocaram entre estados como Minas Gerais, que se expandia com a crescente atividade da mineração, e São Paulo, com sua grande força na produção de café e cana de açúcar, para abastecer as comunidades que viviam e trabalhavam nessas regiões, se tornando indispensáveis para o desenvolvimento delas.
Os extensos percursos eram realizados principalmente no lombo de mulas – animal resistente, que nasceu do cruzamento de um burro com uma égua – por estradas há bastante tempo abertas pela população indígena ou então pela mata virgem, que era desbravada para a criação de novas rotas.
Para se alimentarem durante as longas jornadas, as tropas viajantes precisavam de ingredientes secos e não perecíveis. Sua dieta se baseava em itens como farinhas, grãos e carnes salgadas, que podiam durar muitos dias dentro das bruacas, as tradicionais malas ou caixas rústicas de couro cru presas nas cangalhas ou selas dos animais de transporte, onde também eram levados os utensílios para o preparo das refeições durante os pousos.
Mulas eram principal meio de transporte dos tropeiros
Foi dessa forma que teve origem o Feijão tropeiro, um dos pratos mais conhecidos da culinária brasileira. Os itens básicos da receita prática, que garantia energia aos viajantes, eram o feijão cozido, quase sem caldo, farinha de mandioca, toucinho e sal, além dos temperos que tinham à mão. Mas os ingredientes podiam variar, conforme a disponibilidade local, sendo comum, por exemplo, o uso de farinha de milho e carne seca ou charque como alternativa.
Com o tempo, a iguaria nascida das tropas viajantes pelas rudimentares estradas brasileiras ganhou popularidade em todo o país, além de outros ingredientes e diversos acompanhamentos. Hoje a receita do Feijão tropeiro pode também levar linguiça calabresa, ovos cozidos ou mexidos e couve picadinha e o prato pode ser servido junto com arroz branco, couve refogada, ovo frito, filé suíno e, claro, torresmo!
O tipo de feijão levado ao preparo pode variar de acordo com a região. Há quem utilize feijão vermelho, carioquinha, feijão de corda, fradinho e até o feijão preto. Por isso, a receita é ótima para aproveitar aquele feijão cozido que está “esquecido” na geladeira e criar um prato cheio de sabor, que pode também ser um acompanhamento para churrascos.
Democrático, o Feijão tropeiro também ganhou releituras vegetarianas e até veganas, em que carnes e ovos saem de cena, abrindo espaço para vegetais e legumes, como pimentão, abobrinha, cenoura e berinjela.
Não importa a versão. Além de um prato cheio de história brasileiro, o Feijão tropeiro é uma deliciosa refeição e para lá de completa! Quem resiste?
Receita ganhou variações vegetarianas e veganas
*Foto de capa: Feijão tropeiro é associado às culinárias típicas de Minas Gerais, São Paulo e Goiás
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Umas das maiores influências da gastronomia do Pantanal vem da alimentação das comitivas pantaneiras, responsáveis por guiar os gados para áreas mais altas no período de cheias. Cercada por rios, a região também tem forte presença de peixes de água doce na culinária, além de carnes de caça e frutas típicas.
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É mandioquinha ou batata-baroa? Pão francês ou pão de sal? Geladinho, sacolé ou chup-chup? Um mesmo alimento pode receber nomes bem diferentes no Brasil a depender da região em que é consumido. Que nome você dá a eles?
Apesar de terem o mesmo nome e alguma semelhança no modo de preparo, cuscuz nordestino, cuscuz paulista e cuscuz de tapioca são pratos bem diferentes. Cheia de afeto e de memórias, a tradicional receita surgida há muitos séculos no noroeste africano conquistou o paladar do brasileiro, ganhando diferentes versões. Vamos conhecê-las?
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Cozida, frita, em forma de purê ou farinha, a mandioca está presente no dia a dia da mesa do brasileiro, indo do café da manhã ao jantar. Você conhece a história desse tubérculo cultivado há milhares de anos na América do Sul e considerado o alimento do século 21 pela ONU?
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Não adianta procurar. Você não vai conseguir comprar um pão francês na França e também não encontrará nenhum beirute no Líbano, ou palha italiana na Itália. Isso porque esses e outros alimentos com jeitão estrangeiro foram criados aqui mesmo no Brasil.
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