Você pode não saber quem foi Oswaldo Euclides de Sousa Aranha, mas é possível que já tenha comido o PF que ganhou o nome deste político gaúcho. Além do “Filé à Oswaldo Aranha”, outros pratos brasileiros receberam o nome de personagens reais que criaram ou inspiraram as receitas famosas.
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Oswaldo Euclides de Souza Aranha foi um político gaúcho, que ganhou destaque no cenário nacional na década de 1930, quando foi ministro do governo Getúlio Vargas. Nesta época, ele frequentava um restaurante no Rio de Janeiro e, conta a história, pedia quase que diariamente o mesmo prato: um filé mignon alto e suculento, coberto com alho frito e acompanhado de arroz, farofa e batatas. Apelidado de “Filé à Oswaldo Aranha”, o PF do político despertou o interesse de outros clientes do local e não demorou muito para que ele se popularizasse, chegando a outros restaurantes de várias partes do Brasil.
Essa não é a única história da gastronomia nacional em que um prato recebeu o nome de uma pessoa real, que foi inspiração ou a própria criadora da receita. É o caso do “Bolo Souza Leão”, que parece ter surgido em meados do século 19 pelas mãos de Dona Rita de Cássia Souza Leão Bezerra Cavalcanti. Casada com um poderoso proprietário de terras em Pernambuco durante o ciclo da cana, ela se baseou nos tradicionais doces conventuais portugueses e adaptou a receita com ingredientes locais, acrescentando às gemas de ovos, mandioca e leite de coco. Chamado de “o rei dos bolos”, o Souza Leão foi servido ao imperador Dom Pedro II e sua mulher Teresa Cristina durante uma visita à região, recebendo o título de Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco.
Bolo Souza Leão foi servido ao imperador do Brasil
Outra receita que ostenta esse mesmo título, mas no estado de Goiás, também foi batizada com o nome de uma pessoa. Bem, nesse caso, com um apelido. Já ouviu falar em “Chica Doida”? Trata-se de um prato à base de milho inventado há mais de 70 anos na cozinha de Dona Petronilha e Sr. João Batista da Rocha, moradores de Quirinópolis. Eles faziam pamonha, mas a palha do milho usada para embalar o preparo acabou. Foi aí que tiveram a ideia de aproveitar a massa pronta para criar um novo prato, acrescentando itens como linguiça, queijo, cebola e alho. E onde a Chica entrou na história? Francisca era a empregada da casa e, dizem, pesou a mão na hora de colocar pimenta malagueta na receita. Ao provar o prato e sentir a picância, o Sr. João teria dito “É uma coisa de doido! Vai se chamar “Chica Doida”. E assim foi.
É da mesma época a curiosa lenda do biscoito Monteiro Lopes. Os comerciantes paraenses Manoel Monteiro e Antônio Lopes produziam biscoitos amanteigados, um em versão tradicional e o outro com chocolate. Eles tinham uma rixa antiga, que perdurou anos, até que, no maior estilo Romeu e Julieta, o filho de um se casou com a filha do outro. O casal decidiu então unir os dois sabores em um único biscoito, metade preto e metade branco, dando o sobrenome das duas famílias.
Biscoito Monteiro Lopes une a história de duas famílias do Pará
Mais um prato com história bastante curiosa: o fazendeiro e comerciante Simplício Dias da Silva criava gado em sua propriedade, na antiga Vila de São João da Parnaíba, no Piauí, exportando couro e utilizando a carne para produção de charque. Contam que os escravos da fazenda teriam criado, de forma improvisada, um prato com arroz, legumes e o charque ali feito por volta de 1850. A dona da casa, Maria Isabel, esposa do fazendeiro, experimentou e gostou tanto da receita que ficou decido que se chamaria Arroz Maria Isabel.
Nossa última história vem dos anos 1980. Um jornalista era cliente fiel de uma churrascaria de São Paulo e, um dia, teria reclamado do “arroz branco” que sempre acompanhava as carnes. O mâitre pediu ao cozinheiro para incrementar a receita, que ganhou ovo e batata palha. Para o mâitre, corinthiano de carteirinha, a combinação amarelada lembrava os cabelos de Biro-Biro, ídolo do seu time. Com o tempo, o acompanhamento ganhou mais ingredientes, como bacon, cebola e salsinha, mas o nome permaneceu: “Arroz Biro-Biro”.
Que delícia de histórias, que delícia de pratos!
*Foto de capa: Filé à Oswaldo Aranha ganhou nome de político gaúcho
A união do feijão com farinha de mandioca e toucinho criou um dos pratos mais conhecidos da culinária brasileira. Feita com alimentos secos e duráveis, a receita vem do período colonial, quando os tropeiros viajavam longas distâncias pelo país transportando mercadorias no lombo de mulas.
Não é à toa que temos uma variedade tão grande de pastas. Isso não é apenas uma questão de preferência e as nonnas italianas sabem bem! Longas ou curtas, finas ou largas, cada massa pede um tipo de molho específico. Ensinamos a você como fazer as melhores combinações.
Umas das maiores influências da gastronomia do Pantanal vem da alimentação das comitivas pantaneiras, responsáveis por guiar os gados para áreas mais altas no período de cheias. Cercada por rios, a região também tem forte presença de peixes de água doce na culinária, além de carnes de caça e frutas típicas.
Todo folião experiente sabe: para aguentar os quatros dias de folia – mais as festas do pré e pós-Carnaval – não se pode descuidar da ingestão de líquido e de uma boa alimentação. Por isso, fizemos uma lista de restaurantes para quem vai acompanhar os desfiles nos sambódromos de São Paulo e Rio de Janeiro ou curtir os blocos pelas ruas das cidades.
É mandioquinha ou batata-baroa? Pão francês ou pão de sal? Geladinho, sacolé ou chup-chup? Um mesmo alimento pode receber nomes bem diferentes no Brasil a depender da região em que é consumido. Que nome você dá a eles?
Apesar de terem o mesmo nome e alguma semelhança no modo de preparo, cuscuz nordestino, cuscuz paulista e cuscuz de tapioca são pratos bem diferentes. Cheia de afeto e de memórias, a tradicional receita surgida há muitos séculos no noroeste africano conquistou o paladar do brasileiro, ganhando diferentes versões. Vamos conhecê-las?
Com influências indígenas, portuguesas e africanas, a moqueca é um dos pratos mais conhecidos do Brasil. O saboroso ensopado, geralmente à base de peixe ou frutos do mar, pode ser preparado à moda baiana, capixaba ou paraense, desde que seja na panela de barro! Qual é sua versão favorita?
Cozida, frita, em forma de purê ou farinha, a mandioca está presente no dia a dia da mesa do brasileiro, indo do café da manhã ao jantar. Você conhece a história desse tubérculo cultivado há milhares de anos na América do Sul e considerado o alimento do século 21 pela ONU?
Será que existe um tipo de panela adequado para o preparo de cada alimento? Ah, existe, sim! A matéria-prima da panela pode influenciar no tempo de cozimento, no sabor do prato e até na saúde de quem consome a comida preparada.
Não adianta procurar. Você não vai conseguir comprar um pão francês na França e também não encontrará nenhum beirute no Líbano, ou palha italiana na Itália. Isso porque esses e outros alimentos com jeitão estrangeiro foram criados aqui mesmo no Brasil.
Não tenha medo: nem todas as pimentas são ardidas. No Brasil, temos uma grande diversidade de espécies, que podem realçar os aromas e sabores dos seus pratos. Conheça mais sobre nossas pimentas nativas e descubra qual combina com seu paladar.
O baião de dois nasceu no sertão do Ceará, numa época e região em que a comida era escassa e não podia ser desperdiçada. O prato robusto, que parte do casamento do feijão de corda com arroz e pode levar diversos outros ingredientes, é um dos mais populares e apreciados do Nordeste.
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